segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Qualquer ferida.

Sensação estranha a de passar do amor ao ódio numa só troca de olhares. Sensação muito estranha. Como se um sopro de fumaça ficasse no lugar de todo o ar puro dos meus pulmões. Na verdade, como se um sopro de ar puro ocupasse meu pulmão sujo de cigarros amargos e amassados.

Escrever cura, eu sei disso. Sentir raiva não faz bem. Também sei. Eu quero os dois. Eu escrevo pra ajudar a extravazar. Mas quero sentir raiva. Quero conseguir manter longe. Acho que isso curaria mais ainda. Qualquer ferida.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Elogio debochado.



Tudo começou num dia claro de céu azul. Tão azul que debochava da cor dos olhos dela.
Sem nuvens, ventilado, fresco, quente mas agradável. Perfeito para uma praia, sabe?

E lá estava ela, sentada na mureta da avenida que ía de uma ponta a outra da praia de sua cidade. Como chamam mesmo? Avenida Litorânea, certo? Beira-Mar? Pois é.

Ela levava uma rosa nas mãos - a cor realmente não importa. Os pés sujos de terra, com a calça jeans dobrada até o joelho, balançavam na pedra fria e escura que fora usada para construir aquele mínimo de civilização num antro da natureza. E quem disse que ela reclamava? Se era um antro de perdição, como diria sua avó, ela adorava sacanagem. Adorava ficar ali sem ter o fazer, fazendo o mundo inteiro sentir inveja de sua falta de compromisso. Seu único compromisso era com a felicidade.

O céu debochava, sorria. Ela sorria de volta e olhava o mar verde quebrar sobre a areia branca e fina.
Ela se perguntava se a praia era tão bonita em outros lugares como costumava ser ali. Se não fosse, uma pena para os outros lugares.

O vento derrepente derrubou da mão dela, derrubou na calçada, uma pétala apenas da rosa. O vento levou essa pétala para algum outro lugar. Algum lugar muito longe, imaginava ela.

Ela não se importou, ela se sentia completa.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Puta!

Minha garganta jamais vai se acostumar a falar teu nome de puta, o nome da vadia que és. Só sinto mesmo a tristeza de não poder de dar uns bons tapas na cara, de te fazer sofrer, chorar, resmungar, relinchar, brigar, gritar, chorar, gritar, chorar, gemer.


Não vês?





Não vês que minha raiva é o amor que cultivei e que tu pisou?



Não vês?

És realmente cega. Uma pena. Se enchergar pudesses, talvez visse. Talvez. Talvez olhasse o amor que te apedreja e te xinga. O amor que suja a boca limpa por tua causa.
Talvez tu visse.
Talvez sentisse o mesmo sentimento que sinto.
Talvez sinta parte dele quando eu deixar quente, com um tapa, esse teu rosto com maquiagem de puta.
Maquiagem da puta que és. Vadia. Vagabunda.

Que os autores perdôem este escritor magoado, mas essa história não pode ter um final feliz.

domingo, 20 de setembro de 2009

Não é fácil, não é.
É difícil, cada vez que te olho se torna mais, cada vez que ouço tua voz, tua presença, se torna mais difícil e doloroso te tirar da minha cabeça.
Eu vou conseguir levantar de novo. Eu vou.








Aí ela diz:
- Árduo e demorado, e uma tarefa para pessoas fortes. Me mate de orgulho, ok?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

...

Só o que eu queria falar é que eu te amo tanto. Eu te amo puro. Eu te amo da forma que nunca amei ninguém. Tu és meu irmão. Meu mais genuino irmão. Aquele roubado, da novela, que eu nunca vi nem nunca conheci. Só o que eu queria falar é que eu te agradeço. Obrigado pelas portas que tu abriu em minha vida, obrigado pelos caminhos que tu me permitiu seguir, obrigado pelos sorrisos compartilhados, obrigado por abrir minhaa mente para novas experiências, obrigado por ter fazer quem eu amo feliz, obrigado por existir, obrigado por esses meses. Enfim, obrigado.

Sinto uma enorme dor no meu peito, sinto muito mesmo te perder. Não sei se estou te perdendo pra sempre, não sei. Quero que sejas feliz. Feliz como você me fez ser esses últimos meses. Até logo, meu amigo. Tu estarás pra sempre na minha memória e no meu coração.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Não se preocupe... Eu não vou me matar.

Já chorei tanto, tanto que nem sei...
Já chorei tanto que só sinto meu corpo ressecado e meu rosto molhado.
Já chorei toda a energia pra fora.
Já disfarcei todas as lágrimas que eu consegui, agora eu choro e assumo a tristeza.

Eu só choro... Não há nada que se possa fazer. Eu choro.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não me deixe só...



Me ensinaram outro dia que as pessoas são como areia fina na palma da mão: se folgamos muito elas escorrem entre os dedos; se apertamos muito elas fogem pelo lado.

O que eu mais queria hoje era não perder as pessoas que eu gosto. O que eu mais queria era mais um pouco perto de vocês, meus amigos. Minha mãe se queixa tanto que eu não dou valor pra ela, mas ela sempre esteve ali e ainda vai estar por muito mais tempo. É uma areia mais grossa, uma terra preta onde brotei, nasci e cresci. Meus amigos, não. Eles são areia fina, eles somem da minha vida com muito mais facilidade. E me fazem tanto bem que minha maior vontade era tê-los para sempre. Mas isso é quase sempre impossível.

Dois ou três vão embora agora, mais tarde mais um. E esses são só o que eu tenho certeza, ainda nem conto os que eu ainda não sei que vão embora. Tem aqueles que prometem ir, tem aquela que já foi, tem aqueles que realmente vão.

É. Tô sofrendo. Admito.


"Me despeço dessa história e concluo a gente segue a direção que o nosso próprio coração mandar... E foi pra lá, e foi pra lá..."

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Orgia.

Acendo meu cigarro de puta que sou,
um trago e sinto a brasa invadir meu ser
a orgia do fim, enfim, começou.
Vamos delirar, vamos padecer.

Venha a mim tudo que é ruim, tudo que chora
venha a mim pecado, prazer.
Venha mim, a mais ninguém,
orgia em mim, venha fazer.

Nada mais que sentimento.

domingo, 16 de agosto de 2009

"Lê-me"

Me lê? Lê minha mão e o meu corpo,
lê a curva da minha letra,
o desenho do meu rosto.
Lê antes que se torne esquecida
a memória de mim, moço.

Lê essas palavras ditas fáceis,
manchadas de sangue a ponta de uma faca.
transforma em voz o meu murmúrio,
me deixa ouvir a voz querida.
me deixa ver tua trapaça.

Me lê antes de ti.
Ante que a gramática me proiba de errar.
Me lê, cru e sem rir.
Simplesmente, me lê.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Feelings


Sinto a estranheza do teu gosto me descendo a garganta como uma colher do mais puro mel. Sinto estranho o teu cheiro, a mais perfeita combinação de essências no mais perfeito perfume francês que possa existir. Te vejo. Uma beleza estranha que me domina, que me contrai os orgãos, os sentidos, a pupila. Ouço tua suave voz falar-me ao ouvido palavras carinhosas, agradáveis e estranhas, xingamentos que me fazem sentir completo.
E então chega o ápice.
Toco-te no rosto, no cabelo, no pescoço. Desço pelo ombro, pelo peito e seguro teu braço. Seguro firme e te puxo pra perto de mim. Pra ser meu, teu corpo inteiro.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ética



Por que a ética quer tanto igualar nossos comportamentos? O prazeroso é não cumpri-la, é diferenciar-se. O bom da vida é não ser igual, é ter opções. Essa ética maléfica que tenta nos transformar em robôs, ela não sabe nada sobre o que é ser feliz. Ela nunca amou, ela nunca deu um gozo bem dado num banheiro, numa rapidinha, ela nunca sentiu o prazer de olhar nos olhos e entender que pensamentos sujos fazem parte da mente dos dois, nunca entendeu que eles DEVEM fazer parte da mente dos dois, que isso é fundamental para a interação, para a complementaridade das idéias. Essa ética boba não tem pensamentos sujos sozinha, quem dirá acompanhada. Coitada, jamais vai ter alguém.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras."

Já decidi. Não vou mais lutar por ninguém. Simplesmente não vou. Simples assim.
Já lutei muito por muitos amores, agora, lutar por alguém por quem não tenho sequer consideração? Sei que não é por mim, sei que é pra fazer alguém que amo feliz. Mas não vale a pena. Não vale nem a pena explicar. Me cansa. É. Não vou.





(- a frase do título é de autoria de Albert Einstein)

domingo, 14 de junho de 2009

- another heart text's


Meu amor,

Não seja tão bom para mim. Não seja. Você não me quer, isso é um fato já esclarescido em conversas de outrora. Tenho lutado arduamente para te esquecer, isso é algo que te juro veracidade, tenho procurado outras pessoas com quem conversar, tenho evitado falar contigo, tenho tentado não pensar em ti a cada segundo. É duro. É muito difícil. Especialmente estando do teu lado o tempo todo. Mas é assim que quero, da forma mais difícil, pois uma quantidade mínima que eu me afaste é suficiente para nos afastar pra sempre. ISSO eu não quero. Aceitei te esquecer da forma mais difícil para poder ter tua amizade. Não seja tão bom, não seja tão legal. Se você não me quer, não torne mais difícil ainda a tarefa de fazer meu coração não te querer mais.
Aliás, quão estúpido me sinto falando de coração... "Meu amor"?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Posso chorar agora? Posso?


- Posso chorar agora? Posso?
Por que? É que eu sempre choro quando me sinto mal do jeito que eu to me sentindo.
Eu gosto de falar a verdade, gosto mesmo. Acho uma atitude muito digna. A única que merece ser tomada sempre. Poréms me sinto mal, muito mal quando vomito ela inteira. Sempre tem uma parte que precisa ser escondida. Sempre tem algo que não deveria jamais ser falado. Algo que precisa ser conservado, mantido às escuras para manter a dignidade, a honestidade da relação. Eu falei, agora já não tem mais volta, não vou conseguir olhar na tua cara de novo sem lembrar que eu falei, sem imaginar que tu sabe tudo, sem me dar conta de que, naquele exato momento, bem ali, na minha frente, tu podes estar te lembrando de tudo que eu te disse, de toda a verdade que deveria estar oculta e que eu te falei. Então eu choro, pois é essa a minha solução. Eu choro agora, logo após me dar conta de estar arrependido, e choro toda vez que eu lembrar. É assim que eu resolvo. O que eu posso fazer?
E agora que você sabe o porque... Posso chorar?

domingo, 24 de maio de 2009

de que é feito o homem?


de tábuas precisas, peças bem encaixadas, massa de modelar moldadas à forma exata na proporção que manda o phi. O homem é feio que sonhos ou sentimentos? Ele é aquele que almeja chegar a alguma lugar, sempre um nada, um 'wannabe'. Não. Melhor. Um sonhador, um ser que está a todo momento pretendendo, a todo momento planejando, esperando, tentando fazer acontecer, tentando fazer ser. Ele é aquele que transforma em reais os mais vagos pensamentos, mesmo que dentro de si, aquele que processa idéias sobre as situação e tira conclusões delas, ele sente. Isso. Principalmente, ele sente. O homem não é simplesmente uma fórmula mágica, um misturar de ingredientes, ele mantém em si valores que fazem dele mais. Muito mais. Mais do que qualquer jamais poderá calcular ou imgainar. De que é feito o homem?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Beating and breathing


Minha maior vontade agora era ficar deitado sobre teu peito mais um pouco, sentindo e ouvindo tua respiração intercalada pelo batimento do teu coração. Ouvir tua voz e sentir meu peito aquecer quando você me olhava assim de lado. Queria ser especial, muito especial.
Queria ouvir mais um pouco de Legião ao teu lado. Queria mais um sinal de trânsito demorado. Ou até mesmo um rápido. Eu queria tua atenção, só ouvir tua voz me perguntando como me sinto. Só um pouco.

Sei que daqui uns dias vou estar me sentindo patético por querer tudo isso agora. Sei que, além de patético, vou deixar de te querer com a mesma facilidade que comecei. Eu nem te conheço. Só conheço a velocidade da tua respiração.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mudança ou não. (o arquiteto desmorona uma construção)

Estou na seguinte punheta mental:

Nunca mudamos de verdade, nem planejando. A gente pensa que mudou, mas somos sempre os mesmos. Não falo de mudanças a longo prazo, pois elas acontecem por serem evoluções, estágios, processos. Falo de mudança imediatas. E digo que não mudamos, que somos sempre o mesmo por que o que somos em seguida é apenas o que somos agora com mais um minúsculo, inotável e insignificante elemento.
Até mesmo por que a questão não é acreditar. Eu acredito. E desejo! Muito!
Mas ela, a mudança imediata, não existe. São evoluções que acontecem, mais rápidas ou mais devagar, mas são sempre evoluções...


Quando me surpreendo com a seguinte réplica:

"Não senhor... Eu mudei muito. Muito mesmo! Dá sim, coloca na cabeça que dá. Coloque na sua cabeça e faça! Acredite e realize! Você tem muitas afirmações. Você não tem verdade. Ninguém tem verdade, então seja flexivel: veja o que é melhor e faça. Só que não adianta esperar pelos outros ou esperar cair do céu."

É... Não adianta esperar que a mudança aconteça. Ela existe, cabe a nós correr atrás.

Masquerade!



Não existem rostos, apenas máscaras e mais máscaras. Algumas mais perfeitas, outras imperfeitas e outras escolhemos de acordo com a conveniência.
É o que diz Masquearade, de The Phantom of the Opera(a música mais realista, por sinal): "esconda seu rosto, então o mundo nunca o encontrará".

"Nunca o encontrará". Eis a meta. Máscaras são feitas para esconder um verdadeiro eu que - com sinceridade? - não me é crível.

Não é mentira: Rostos não existem. Máscaras escondem qualquer coisa menos rostos, acho até que o oposto deles, não-faces abstratas ou anti-rostos. Nada realmente concreto, palpável, existente. Máscaras são para esconder vazios - existenciais, presenciais, da personalidade. Aliás, que personalidade? Se o mundo não passa de atitudes pouco-criativas, nunca inéditas, jamais originais, copiadas sim, repetidas sim, fruto de um aprendizado. A-PREN-DI-ZA-DO. Ou seja, alguém te ensinou a fazer o que você faz justo agora, comer, andar, escrever, pensar, amar, odiar, ignorar, foi o mundo que te ensinou. Alguém de ensinou a sentir e a repetir e encenar as sensações, como máquinas, e as demonstrações de sentimento, como máscaras!

"Masquerade!
Every face a different shade ..
Masquerade!
Look around -
There's another mask behind you!"

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A-M-O-R



Eu gosto da superficiliadade das cartas de amor, da falsidade das músicas de amor. Jamais serão verdadeiras músicas de amor pois se vendem por algo mais que o amor verdadeiro. Mas eu gosto, eu compro. Te amo, te quiero, je t'aime, i love you, ti amo, aishiteru, wo ai ni. É tudo tão lindo e tão superficial que fico maravilhado. O amor não tem mesmo que ser profundo. Viva as palavras da boca pra fora. Viva as declarações na primeira noite. Viva o sexo sem compromisso. Viva o amor multifacetado. Viva a diversidade. Viva a originalidade e a falta dela também. Viva a paz. Viva o amor, seja ele de que forma for.

Valentina

Valentina saiu correndo pelo corredor com os cabelos presos em um belo e frágil coque. Chegando ao fim das paredes paralelas, onde um raio de sol vinha pela esquerda, iluminando sua face moreno-âmbar, virou para trás e soltou um sorriso que poderia ser descrito do meigo ao profano por qualquer padre ou pecador. Deixou cair um pedaço de seda bege que brincava entre os dedos e saiu correndo.
Não segui-la, não ser completamente submisso eram as única opções absolutamente impossíveis de cogitar.
Oscilaram os pés deste que vos relata, numa tentativa de seguir minhas vontades e manter-me longe da pecaminosa Valentina. Trôpego, tentou as minhas pernas dar um passo a frente e outro atrás, ao mesmo tempo. Encostei-me na parede do corredor para não desabar no chão, enquanto fitava o lenço que desejava amaldiçoar, sem forças de fazê-lo.
Balbuciei seu nome tão baixo que nem minha alma poderia ouvir qualquer fonema da minha voz:
- Va. Len. Ti. Na.
A razão então tomou conta de mim. Valentina é tão proibida que jamais poderá ser minha...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Chup-chup.

Amor é uma menina perturbada, que corre atrás de mim com seu relógio de bolso pendurado nas mãos...



...e um pirulito a tiracolo.

sábado, 21 de março de 2009

Não Homofobia

Visite: Campanhão "Não Homofobia"







terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Back to the lust[2]

Decidi que não é hora de aposentar o arquiteto. O Eduardo tá muito feliz falando de si, mas não sinto liberdade de expor meus devaneios em frente ao espelho. O arquiteto sempre foi muito mais livre. E vai continuar sendo. Aqui estou, aqui ficarei.
Contentem-se com poucos textos, é duro, sei, mas é o que posso oferecer.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Aposentando-se


Chega a hora de se aposentar. Depois de tantas arquiteturas, tantos pensamentos, tantos projetos e tantas construções, o arquiteto agora sai de cena.

Ano novo, blog novo.

Não digo que esse novo projeto é uma continuação desse. Não. Não é. Tem cara nova, tem estilo novo. Não é um simples passatempo para o período livre da vida de aposentado do Arquiteto. Na verdade, acho mesmo que o arquiteto morreu. Agora quem assina o texto é o próprio Eduardo. Textos? Mas não vejo textos lá. Apenas um grande espelho quebrado.

http://espelho-proprio.blogspot.com/

Design by Dzelque Blogger Templates 2008

Arquiteto de Emoções - Design by Dzelque Blogger Templates 2008